quarta-feira, 10 de novembro de 2010

What is technological dependence?

De facto, aqui aplica-se: "Uma imagem vale mais que mil palavras". Mas não querendo ficar-me apenas pela imagem, que não merece discussão quanto à sua expressividade, penso que merece um humilde comentário da minha parte.
Na imagem apresentada deduz-se que é uma família que está dependente dos aparelhos que servem a tecnologia e, consequentemente, da tecnologia. É insólito ver que na imagem estão representadas diferentes gerações, através da criança e dos seus pais. Na minha perspectiva, há duas gerações representadas: a fase adulta (pai e mãe) e a fase de criança (filho). Isto para chegar à conclusão de que a tecnologia acompanha as diferentes faixas etárias nos dias de hoje: desde os mais novos que já nascem na era da tecnologia até aos mais velhos que se adaptam (quer queiram, quer não) a ela.
Começando pela figura da mãe, verifica-se que está completamente concentrada no seu computador portátil, estando para além de escrever, a ouvir e falar. Este é um pormenor interessante que nos leva a reflectir sobre a multiplicidade de actividades que podem ser desenvolvidas na Internet e nos pcs. Apresenta-se como “chefe de família”, caminhando à frente dos restantes membros, sendo que a o filho está quase que “anexado” como um ficheiro a si. A atenção é dada ao computador, não à família. Esta figura apresenta-se concentrada e aplicada na actividade que está a desempenhar, o que demonstra que se adaptou às novas tecnologias e depende delas no seu dia-a-dia
 O pai, transportando uma televisão e um satélite às costas, apresenta-se sereno e quase que diria “conformado” no ambiente em que se encontra. É o suporte para o “brinquedo” a que o filho assiste com tanta atenção.
A criança, ainda bebé, já está em contacto directo e permanente com as tecnologias (neste caso em confronto directo com a TV). Concentrado e deslumbrado vê televisão como se os carrinhos e os bonecos tivessem sido trocados pela caixinha mágica. As mãos da criança apresentam movimento, como se a criança quisesse chegar a ela ou estivesse pronta para receber todos os conteúdos que daquela caixinha saem.
O posicionamento dos pés dos três elementos na imagem é para mim um pormenor a ter em conta, repare-se que vemos os pés da mãe orientados para a  frente, rígidos e como se tivesse um caminho a seguir, como se apontasse para o futuro e como se estivesse convicta e conhecedora de todo esta envolvente tecnológica. Por outro lado, a criança através do posicionamento dos seus pés e das suas pernas reflecte movimento/agitação e reflecte a curiosidade e a constante aprendizagem. O pai coloca os pés de forma incerta, quase que a “experimentar terreno”, como se ainda estivesse desconfiado ou não totalmente envolvido mas já fazendo parte desta realidade tecnológica a que “não pôde fugir”.
(Permitam-me fazer um paralelismo desta família com a minha: ainda que não existam bebés, a minha mãe já se rendeu às tecnologias e à moda “facebook”, o meu irmão vive agarrado ao computador e ao mundo da Internet, as minhas actividades dependem deste portátil onde escrevo e, o meu pai, céptico, foi o mais atrasado a chegar a este mundo. No entanto, sempre contra e tentando resistir aos telemóveis, computadores, Internet, descobriu que para saber a sua escala de trabalho tem que consultar o email e por isso criou uma conta Hotmail, descobriu ainda que para escrever ofícios, estar em contacto com a equipa que dirige ou para se manter informado sobre seguros, créditos e tantas outras utilidades, necessita de ser um utilizador da Internet e estar em contacto permanente com as “medonhas tecnologias”. AH! E o telemóvel?! São poucas as vezes que sai de casa sem ele. O meu avô pediu-me como prenda de Natal um telemóvel, não é surreal? (o meu avô é super avançado :P ahaha))
A nuvem que paira por cima das suas cabeças e que reflecte no chão, diria que é a nuvem tecnológica que se apoderou do séc. XXI e de todas as famílias, de todos nós.
Esta imagem reflecte o que é a dependência tecnológica: o uso constante da tecnologia para realizar quase todas as tarefas do dia-a-dia. O contacto com as tecnologias é permanente, ao chegar a casa liga-se a TV depois liga-se o pc e passeia-se pela Internet. O mesmo acontece com o crescimento: nascem crianças envolvidas neste ambiente, crescem entre computadores e televisões (e tantas outras tecnologias…) e dependem deles para o resto das suas vidas.
Eu sou defensora do uso das tecnologias, quanto baste. Admiro todas as evoluções e adoro comparar “o que era e o que é” neste mundo de cabos e satélites. Mas confesso, sou saudosista e sinto falta de ver famílias a passear juntas sem a Internet a pairar por cima de todos os membros, de ouvir conversas interessantes que não se fiquem pelo teclado e de ver crianças e adolescentes na rua sem viver entre quatro paredes porque criaram o seu próprio mundo tecnológico.
Mas….
Estaremos nós a preservar o conceito de família ou estaremos nós a familiarizar-nos demasiado com as tecnologias?!
This is technology.

2 comentários:

  1. Se eu ainda agora não percebo como antes se funcionava sem microondas, televisão, fotografias a preto e branco :o e hoje em dia se não é HD LED e sei lá mais o quê não vale nada. Outro dia dei por mim a pensar e as crianças de hoje em dia? Não vão perceber como se vivia sem smartphones e mega portateis, sem internet wireless,meu deus!

    Fizeram um estudo em jovens e concluíram que estávamos a perder a nossa afectividade, a capacidade de nos pormos no lugar do próximo, e justificam isso pelo uso dos telemóveis e outros meios que tais para socializar como escapatório ao verdadeiro confronto, e não termos que experenciar o que o outro irá pensar.
    Será que o próximo passo evolutivo é atrofiar os músculos faciais já que não os usamos para exprimir nada? Temos a tecnologia para o fazer por nós!

    ResponderEliminar