quinta-feira, 14 de julho de 2011

Paisagem

Eu vi-a, fitei-a na agitação do dia, na imensidão da noite. Fingi não perceber. Tentei mudar-lhe o sentido, cruzar outro caminho. Eis que aparece, imunda de presenças, repleta de feitiços. Agarra, consome e prende. Transparece feitios, rasga imagens e busca saudades. E já não foge, fica. Permanece! Torna-se a mais simples das recordações... Descreve momentos, desenha ilusões e concentra o que foi no que é.


Desde aí, desde o silêncio, desde a imensidão que a trouxe, passa a ser saboreada. Ganha forma na forma de sonhar de tanta e tanta gente...

Traz com ela o Mundo, guardado no Bolso. Rouba-nos o sorriso e preenche-se de cores.

Quando as luzes se apagam ela volta para pintar de verde e amarelo todos os contornos que desenhou e guardou no bolso.

Somos feitos de verde e amarelo e preto e branco. Somos feitos de tracejados e de linhas curvas. E enquanto não nos cruzamos com mais uma e outra, permanecemos fiéis á obra prima da ilusão.

Raquel
Algures no ano de 2007.



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